Um dos mais interessantes, mais
fascinantes meios de comunicação entre os dois mundos é o curioso fenômeno
de materialização de Espíritos humanos, e até de animais.
Espírito Dr.
Frederick von Stein
completamente
materializado pela
mediunidade do
médium físico,
Gilberto Arruda..
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Trata-se o Espiritismo de um compêndio conceitual de caráter
divino, resultante do ensino dos Espíritos Superiores, o que não se prende
única e exclusivamente a manifestações fenomênicas. Oriundos da vontade de
Deus, esses conhecimentos revelados a Allan Kardec tomam por base a existência
do Criador, da Alma e sua imortalidade, em proveito da sua espiritualização,
reerguendo-a, sublimando-lhe a existência.
Tal a ideia dos Trabalhadores Divinos, incumbidos de iluminar
o progresso da Alma humana, em seu propósito de fazer que ela entenda o régio
sentido da existência. Pondo-os à disposição do homem, que nada mais é que um
corpo perecível do qual o Espírito se reveste, esses conceitos explicam que, ao
sair desse corpo por efeito da morte, ele retorna ao estado natural no éter.
Tendo a individualidade preservada, ele pode pôr-se em
contato com os afeiçoados que deixou no mundo.
Um dos mais interessantes e
mais fascinantes meios de comunicação que há entre os dois mundos, material
e o espiritual, é sem dúvida nenhuma o curioso fenômeno
de materialização de Espíritos desencarnados, e até de animais. O fenômeno de materialização processa-se pela ação do
ectoplasma, ou seja, certa curiosa substância fluídica emanada do corpo de um
médium, para que o Espírito se torne total ou parcialmente tangível.2 Essas manifestações não podem acontecer em todo lugar, em
presença de quaisquer pessoas, de grandes plateias, daí, não serem vulgares.
Materializações na Europa e na Oceania
No entanto temos informações de que certos fenômenos, como o
de voz direta, de levitação, de transfiguração, sobretudo de materialização de
Espíritos, ressurgiram na Europa e na Oceania. Até onde pude saber, os
responsáveis, pessoas que me parecem sérias, afirmam terem por fim demonstrar
apenas a continuidade da existência no Além.
Lá, tem-se verificado as mesmas surpresas, a mesma emoção
sentida em todos os lugares e épocas onde puderam produzir o fenômeno. Mulheres
e homens sentem extraordinária alegria ao ouvirem a voz de seus entes amados
supostamente desaparecidos. Tocam-se, acariciam-se, comovem-se até as lágrimas,
e isso, meu leitor ou minha leitora, acontecendo na França e na Austrália, em
pleno século 21, tal como nos velhos tempos.
Os fenômenos de materialização, aparentemente, parecem fáceis
à fraude, e sempre houve embusteiros como os da qualidade de Ladislas Lassio.
Ele, o fotografaram apresentando ridículas emissões e aparições
ectoplasmáticas. Já W. H. Reed e seus burlescos bonecos cobertos de lençol
branco propunham provar a impostura dos médiuns. Podem até iludir alguns
incautos, mas jamais pesquisadores sérios, tais como: representantes da física,
da biologia molecular, da química, da medicina e psicologia modernas e da
ciência forense.
Mero embuste
Diga-se a propósito, ocorreu-nos um fato acontecido acerca de
um cético, um médium de efeitos físicos que materializava Espíritos, e um
pesquisador dos fenômenos espirituais. Tendo o cético presenciado com os
próprios olhos os fenômenos através desse médium, especialmente o fato das luvas
de parafina, garantiu ao pesquisador que era também capaz de materializar as
“supostas almas de pessoas mortas”, segundo palavras suas. Para ele, tudo o que
vira não passava de embuste, e o pesquisador propôs vir à baila o segredo
fraudulento das materializações. Incontinenti, o incréu, do tipo alardeador de
sabedoria, aceitou a proposta, dizendo que um ilusionista sob sua orientação
poria em prática a tamanha falsidade. Pediu um tempo e exigiu a presença de
jornalistas, de testemunhas da sua confiança.
O pesquisador aceitou a exigência do cético, adiantando,
porém, que o ilusionista teria de se submeter aos mesmos rigores dos atentos
cuidados aos quais o médium era submetido. Depois que o mágico apresentasse um suposto
fantasma, ele teria também de demonstrar como as falsas luvas de
parafina eram feitas, ao produzir uma das mãos ou um dos pés, ao menos
um dedo, num receptáculo contendo parafina comum (H2-C-CH2) dissolvida e em
ebulição, mantida no fogo a uma temperatura de aproximadamente 100 graus centígrados.
E o dito-cujo, o seu prestímano, jornalistas e partidários apareceram na data,
hora e local marcados? Não deram as caras!
Moldes de parafina de mãos e pé, produzidos por
Espíritos materializados.
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Em algumas reuniões experimentais de efeitos físicos, costumava-se deixar, a pedido das próprias Entidades, dois recipientes de mais ou menos 20 litros cada. Os recipientes ficavam num espaço seguro, à parte e em plena escuridão, dispostos um ao lado do outro: um contendo aquela parafina por sobre um fogareiro em pleno estado de fervura; o outro, apenas água fria.
Estando o Espírito materializado, aproximava-se do vasilhame
com a parafina e mergulhava, por exemplo, a mão. Impregnando de parafina
líquida e escaldante a mão direita, repetia esse processo com a mão esquerda
até deixar uma camada bem consistente. Em seguida, ao submergi-la recoberta
dessa substância na água fria, pronto, era o momento de se desmaterializar,
restando apenas a luva de cera no fundo do vasilhame. Tendo a luva de cera
solidificada (oca e sem nenhuma emenda!), às vezes, preenchiam-na com gesso
empapado. Ficando totalmente sólido, por fim, o molde da mão apresentava linhas
palmares, unhas, impressões digitais, pequenos pelos e poros da pele espiritual
bem definidos.
Portanto, é humanamente impossível, nestas circunstâncias,
alguém fazer a mesma coisa. E ATENÇÃO!!! Só os Espíritos
materializados podem fazer isso! Recomendamos não imitá-los. Cético ou
não, não cometa essa tolice! Afora o risco de se expor a gravíssimas
queimaduras, você estará sujeito a danos nos pulmões e a tumores malignos; o
contato da parafina líquida com a própria pele, inalando-lhe o vapor, pode
causar danos à saúde.
Como vimos, não adianta querer desmoralizar os fenômenos
espirituais, negando-os, e ainda por cima, pensando que podem enfraquecer as
convicções espíritas que lançam por terra toda presunção materialista. Não
quer aceitá-los? Tudo bem. Os fenômenos provocados pelos Espíritos ainda
incomodam sobremaneira. Ultimamente, até de um modo gaiato e ainda mais
irresponsável, tentam fazer pouco da sua seriedade (haja vista os videozinhos
ordinários no You Tube).
Como disse Allan
Kardec: “Pelo fato de se poder imitar uma coisa, não se segue que a coisa
não exista”. “Os falsos diamantes nada tiram do valor dos brilhantes finos, e
as flores artificiais não impedem que haja flores naturais.”3
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1Espiritófobos é uma expressão criada por A. Kardec para significar aqueles
que, sobretudo, temem o avanço do Espiritismo, por isso, sistematicamente o
combatem.
2Ectoplasma é palavra de autoria do médico e pesquisador Charles
Richet (1850/1935). Se o(a) leitor(a) desejar saber a respeito dos efeitos,
visão prática e conceituação filosófica dessa curiosa substância, recomendamos
os livros: Um Fluido Vital Chamado Ectoplasma e Saúde
e Ectoplasma, do Prof. Mattieu Tubino, edição própria. Acesse o site: <www.astipalea.com.br>.
3KARDEC, Allan. Revista espírita: jornal
de estudos psicológicos (julho de 1863). São Paulo: Edicel — Editora
Cultural Espírita Ltda., s/d. Página 205.
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