Deus não se engana; os homens é que são
obrigados a modificar as suas leis, que são imperfeitas, mas as leis de Deus
são perfeitas.
Tudo o que que a Doutrina Espírita ensina tem como base determinada ordem, a mais importante das disposições para o Espírito na aparência humana. Referimo-nos à Lei Natural, ou Lei de Deus. É dela que resulta a felicidade do homem, Alma disposta no feitio de um corpo denso, impelida ao trabalho da própria iluminação.
Trata-se de um exercício incessante cujo objetivo se resume no aperfeiçoamento íntimo da criatura em circunstância de Ser encarnado. Sem esse desempenho, a criatura humana jamais poderá sobrepujar o predomínio da natureza animal sobre a espiritual, preponderância oposta à sua sublimação, motivo de todas as dificuldades que a infelicita.
Não adianta: o sofrimento do homem origina-se de seu instinto belicoso, do seu personalismo, do seu orgulho que fere o próximo, o mais próximo. Ao dilatar paixões reprimidas, criaturas humanas provocam desordens de toda a sorte no mundo, cujos desvarios sempre o tem condenado ao infortúnio. Em geral, tais dolorosos sucessos o faz maldizer da sorte e, muitas vezes, de Deus, ao atribuir-Lhe o que considera castigo.
Lei natural
Vejamos, portanto, o que se deve entender por lei natural,
nesta pergunta de Allan Kardec, em O
Livro dos Espíritos, no capítulo 1.º:
614. O que se deve entender por lei natural?
— A Lei
natural é lei de Deus; é a única necessária à felicidade do homem; ela lhe
indica o que ele deve fazer ou não fazer e ele só se torna infeliz porque dela
se afasta, responderam os Espíritos Superiores.
615. A lei de Deus é eterna ?
— É eterna
e imutável como o próprio Deus, afirmaram as Vozes dos Céus.
616. Deus teria prescrito aos homens, numa época, aquilo que
lhes proibiria em outra?, prosseguiu Kardec.
— Deus não
se engana; os homens é que são obrigados a modificar as suas leis, que são
imperfeitas, mas as leis de Deus são perfeitas. A harmonia que regula o
universo material e o universo moral se funda nas leis que Deus estabeleceu por
toda a eternidade.
Moisés, Jesus, Espiritismo
Os tempos hão chegados, estamos no Terceiro Milênio cujas
ideias morais, emanadas do Altíssimo, iniciaram com Moisés, continuaram com
Jesus de Nazaré e serão concluídas pelo Espiritismo. Este conjunto de
princípios portadores da chave da vida futura, o Espiritismo, aponta o caminho
da verdadeira felicidade e se dispõe a marchar unido aos avanços da Ciência. Na
obra O Evangelho segundo o Espiritismo há um texto que diz o
seguinte no capítulo 1.º, item 10:
O Espiritismo é de ordem divina, pois
repousa sobre as próprias leis da natureza. E crede que tudo o que é de ordem
divina tem um objetivo elevado e útil. Vosso mundo se perdia. A ciência,
desenvolvida com o sacrifício dos interesses morais, vos conduzia unicamente ao
bem-estar material, revertendo-se em proveito do espírito das trevas. Vós o
sabeis, cristãos: o coração e o amor devem marchar unidos à ciência.
Assim Deus estabeleceu em toda a Sua criação a harmonia que
regula dois universos: o material e o moral. O universo material regula os movimentos
e a relação da matéria bruta, ou seja, as leis físicas cujo estudo pertence ao
domínio da Ciência. Já o moral diz respeito ao homem, espírito encarnado, e
suas relações com os seus semelhantes e o Criador. Ambos universos se fundam
nas leis divinas, leis eternas, imutáveis, perfeitas.
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