O verdadeiro sentido da vida

Davilson Silva-

“Viver não é um simples espaço entre o nascer e o morrer, é dinamizar a vida com atos de fraternidade.” (Guiomar de Oliveira Albanesi.)

Tempos atrás, famoso programa de audiência, de uma conceituada emissora de TV brasileira, propôs no ar uma pesquisa: “Qual o sentido da vida?” Este pensamento de Guiomar de Oliveira Albanesi poderia tranquilamente responder à enquete daquele programa.

Quando ela diz que a vida deve ser dinamizada com atos de fraternidade, fala de algo para mais de um simples vínculo ou convivência como de irmãos. Respeitante a dever de compromisso com auxílio recíproco, na prática de esforços para o bem-estar comum, entendemos que Dona Guiomar refere-se a sentimento de amor fraterno em contraste ao de egoísmo.


O egoísmo, o que produz males, prejuízos, e deve desaparecer da face da Terra porque lhe impede a prevalência do bem, sufoca os mais altos desejos e impede o avanço intelectual, estético, espiritual e toda boa ordem prática. A verdadeira fraternidade, a causa da solidariedade, livre do jugo egoístico e despótico do amor-próprio disparatado, sensibiliza-se com a dor, com a queda do próximo, vitaliza e faz com que a Alma cresça, se desenvolva cada vez mais em sabedoria e nobreza.

Antítese do egoísmo

A solidariedade constitui-se, portanto, a antítese do egoísmo. Esse vínculo moral estimula as criaturas pelos resultados que favorece o progresso comum, e a Doutrina Espírita que já se apresentou nos tempos previstos pelo Cristo como a Doutrina da Caridade e do esclarecimento por excelência, descortina, em suas ilustres conceituações, os laços existentes entre o mundo espiritual e o material. Assim, contribuindo para a melhora íntima da criatura encarnada, ele dá uma grande acepção das coisas, enfatizando o que deveria ser de interesse comum, no contexto da experiência humana.
Eis o que disseram os Luzeiros do Infinito, quando indagados por mestre Allan Kardec, a respeito de que modo o Espiritismo poderia contribuir para o progresso geral:

Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz os homens compreenderem onde está o seu verdadeiro interesse. A vida futura não estando mais velada pela dúvida, o homem compreenderá melhor que pode assegurar o seu futuro através do presente. Destruindo os preconceitos de seita, de casta e de cor, ele ensina aos homens a grande solidariedade que os deve unir como irmãos.¹ 

A Doutrina dá ao homem um pensamento amplo, descortinando novos horizontes, portanto, fiquemos, para encerrar, com mais este ponto de vista:

O Espiritismo dá amplitude ao pensamento e abre-lhe novos horizontes. Em vez dessa visão estreita e mesquinha, que o concentra na vida presente, fazendo do instante que passa sobre a terra o único e frágil esteio do futuro eterno, ele nos mostra que esta vida é um simples conjunto harmonioso e grandioso da obra do criador, e revela a solidariedade que liga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos. Oferece, assim, uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a doutrina da criação da alma, no momento do nascimento de cada corpo, faz que todos os seres sejam estranhos uns aos outros. Essa solidariedade das partes de um mesmo todo explica o que é inexplicável, quando apenas consideramos uma parte. Essa visão de conjuntos, os homens do tempo de Cristo não podiam compreender, e por isso o seu conhecimento foi reservado para mais tarde.² 

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1KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução Herculano Pires. 62. ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 8.º, questão 799, página 269.

2KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução Herculano Pires. 62. ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Capítulo 2.º, item 7, p. 49.

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1 comment :

  1. Fico agradecido por poder sempre estar apreendendo mais e mais com estes ensinamentos sobre nossa doutrina espírita e cada vez mais poder praticá-la em minha vida.
    Forte e afetuoso abraços - Catarina.

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