Funcionário público do Além

Davilson Silva-

A velha  máquina de escrever de Chico.
Antes de ser funcionário do quadro definitivo do Ministério da Agricultura, Chico Xavier, aos 28 anos de idade, inscrevera-se como candidato a uma vaga de datilógrafo no Dasp (Departamento Administrativo dos Serviços Públicos), extinto órgão do governo brasileiro que centralizava o controle da burocracia oficial, criado em 1938, durante o Estado Novo.

Bem. Certo dia, finalmente, Chico recebeu o pedido de comparecimento à referida repartição pública e viajou a Belo Horizonte para se submeter às primeiras provas escritas. Resultado: foi reprovado.

Sujeitou-se a outro tipo de exame escrito, concedido pela banca examinadora do concurso, dessa vez, referente a questões sobre Geografia, História, Matemática e outras matérias. Reprovado de novo.

No que se retirava da sala, alguns dos candidatos ao mesmo cargo passaram a observá-lo, e um deles disse a um dos examinadores: “Esse é aquele famoso médium, o Chico Xavier, autor de obras de grande erudição, versado em ciências, história, filosofia e um perfeito conhecedor do nosso vernáculo”.

Dirigindo-lhe a palavra, alguém perguntou por que fora reprovado, se possuía tamanha capacidade. Humildemente, ele deu esta resposta: “É que tudo o que fiz até hoje não é obra minha, e sim dos Espíritos”. E assim Chico retornou triste a Pedro Leopoldo, cidade onde nasceu, situada a 46 quilômetros a noroeste da capital do Estado de Minas Gerais.

Ao dormir, em sonho, ele se viu diante de uma casa em cuja fachada havia uma placa escrita: Dasp. Lembrou-se da sigla do local onde prestara enxame; mas, havia uma diferença. Surpreso, Chico olhou para o Espírito Emmanuel, o seu Guia e Protetor, e perguntou o significado daquela sigla já que coincidia com a do local onde fizera o exame. “Departamento Administrativo dos Serviços do Pai”, respondeu Emmanuel. 

No Dasp da existência terrena, Chico, você prestou concurso para ser um datilógrafo; no Dasp do sonho, o da mesma sigla, desde há muito que você o é”, acrescentou o benfeitor espiritual, e aí estava a diferença.

Ao despertar, Chico acordou disposto, renovado e sorridente.

* * * * *
Palavras de Chico Xavier 

“ Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta.”

“... Muitas vezes achamos que o perdão deve ser um ato heroico depois de certas calamidades. Mas no homem, por exemplo, que perdoa o assassinato de um irmão, o perdão é para toda hora...” 

“Conheço espíritos que me contam que, para aprender humildade e paciência, não foram a colégio algum; foram estagiar no lar de D. Fulana ou da Sra. Beltrana...”

“Diz o nosso Emmanuel que isso é muito importante, a vivência doméstica, porque dentro de casa é que mostramos o nosso grau de aproveitamento.” 
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