Natal 2011

Davilson Silva-

Nem toda noite natalina é acolhida ou entendida do mesmo modo. Muitos dos que compartilham dessa Data, presos à teia da embriaguez da posse e dos prazeres transitórios.

Feliz Natal! Escrita em cartão ou falada, essa frase nos causa certa sensação de alegria, não acha?! Sentimo-nos estimados e, às vezes, comovidos, sobretudo, se tais palavras escritas ou faladas saem de alguém não muito íntimo. De todos os feriados do nosso calendário, não há brilhantismo maior. O pinheiro natural ou artificial nos hipnotiza com suas bolas e luzes coloridas, os cânticos renovam nossas esperanças, o semblante de jovens e idosos revela ingênua satisfação, sem falar dos petizes que esperam pelo presente do lendário querido Papai Noel. Tudo resplandece nesse Dia tão querido, ainda que espessas nuvens encubram o lucilar das estrelas.

Porém nem toda noite natalina é acolhida ou entendida do mesmo modo. Muitos dos que compartilham dessa Data, presos à teia da embriaguez da posse e dos prazeres transitórios, não lhe atingem o sentido sublime que propõe a valorização de cada momento da existência, motivo precioso de empreender o recobro de nossa firmeza de caráter, de atitudes.

Nem todos os lares

No hemisfério Norte ou no Sul existem sempre impulsos de alegria traduzida em sonoros tilintares de taças. Nem todas as moradas da Terra podem desfrutar de uma lauta ceia, aquecidas pela lenha crepitante de uma lareira ou sob a temperatura enérgica de um verão tropical como o do Brasil. Neste mundo de tanta desigualdade, muitos há que apenas comem migalhas de pão adormecido ou bolorento, ou quando muito não vasculham o lixo fétido do depósito público.

Ante a mesa decorada e farta da ceia natalina, pensemos nos que não têm o que comer. O Aniversariante deste e de todos os natais, de todo os dias solicita-nos, há mais de dois mil anos, além da semeadura sincera da cordialidade e respeito na convivência fraterna de irmãos que todos somos perante o Criador, amor aos semelhantes, principalmente, aos mais necessitados; não pensemos neles somente no Natal, e lembre-se de que, antes de tudo, o trigo vem de Deus através do solo para virar alimento em nossa mesa.

Concluindo

Apesar da lisonja servil dos idólatras em seus magníficos templos, diante do altar dourado, perfumado ou de cima do palco ostentoso do megaculto feérico, o primeiro domicílio de Jesus Cristo foi um rústico estábulo da residência de humildes pastores, cercado de bovinos e caprinos, num pequeno burgo da antiga Palestina, tendo como berço a manjedoura, depois o Universo como Igreja, e como imagem, a de Deus no altar sincero do coração.

Feliz Natal, meu prezado leitor ou minha prezada leitora! Paz e harmonia em seu lar, em seu local de trabalho, no coração. Que o Ano de 2012 lhe seja próspero sob todos os aspectos.

2 comments :

  1. Elenice dos Santos, Alegrete, RS - BRDecember 4, 2011 at 11:30 AM

    Prezado Sr. Davilson:

    Adorei o texto, e faz muito tempo que sou sua fã, leitora de muito tempo. Ah, se todos neste mundo pudessem dividir um tanto de suas posses, os natais seriam bem comemorados! Acredito que Jesus ficaria muito mais contente, muito mais q com essas comemorações estúpidos de as pessoas se empaturrarem de comida, embebedando-se, fazendo mil besteiras em casa, no trânsito e nos lugares públicos. Grata por tudo.

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  2. Nâo sou cristão, mas respeito as comemorações natalinas. Tenha nascido Jesus Cristo em dezembro ou não tenha, o fato é que em 25 de dezembro de qualquer ano, aqui do Ocidente, é um dia muito especial, as pessoas ficam mais contentes, havendo certa predisposição ao perdão, à solidariedade, ao humanismo. Não vejo nada de mais ir-se a algum Shopping para comprar presentes e ofertá-los a quem amamos ou, pelo menos, consideramos. Quanto a pensar em quem não tem o que comer, enquanto muitos o tem em demasia, fica a critério da consciência de cada um. Florianópolis, SC - BR.

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