Felizes tempos de infância

Davilson Silva-

Infância! Eis um tempo de deleite e alegria de viver... Nem todos os meninos e meninas vivem em situação igual neste mundo, podem desfrutar de um playground repleto de brinquedos que lhes proporcionem instantes de alegria. Seja onde for e como for, ainda assim, para eles não existe passado nem futuro. À certa distância, ponho-me a refletir, vendo-os livremente a entreter-se uns com os outros em condições diversas, e, em outras vezes, até adversas. 

Menina de Azul, 1990. Desenho a pastel s/canson
francês, 45x 62,5, concebido por minha 
mediunidade de desenho, sob fraca iluminação
de uma lâmpada vermelha (que anula todas
as cores), executada pelo Espírito Pierre
Auguste Renoir (1841/1919). São Paulo, Brasil.
Copyright © by Davilson Silva
Simplesmente as crianças aproveitam cada hora recreativa de tudo ao alcance. A infância é um eterno estado de energia absoluta, em que se faz uso da descoberta do mundo em sua multiplicidade das coisas. Diga-se, an passant, Saint-Exupéry apresentou como argumento o fato de as pessoas crescidas terem sempre que ter explicação de tudo porque, segundo ele, nunca podem compreender as coisas sozinhas.

As crianças, indistintamente, sempre me inspiraram profunda deferência e um grande impulso reprimido de sentimento de afeto. Fico segundos, minutos a imaginar o que algumas das que vejo podem vir a ser um dia... Já exclamava Camilo Castelo Branco: “A infância é como a água que desce da bica, e nunca mais sobe." Oportunidade única, sim, em concordância com o grande escritor lisboeta, porque cada volta do eterno e sucessivo retorno há um novo sentido de consideráveis alterações.

Digo ainda, as infâncias são como tempos primaverais, aparentando igualdade, a mesma cor e o laminar formato verde das plantas floríferas. No viço de nossa época primeira parecemos qual densa folhagem do fascinante período do ano que sucede ao inverno e antecede o verão.

Meu amigo ou minha amiga, uma vez você se viu como os pequeninos de agora. Devemos o maior respeito às crianças, e onde quer que exista uma, duas, três ou mais sob seus cuidados ou de outrem, dê-lhes ternura, escute-as; seja amável, estenda a mão em proveito do seu crescimento espiritual. Ao olhar uma criança, veja nela a possibilidade de um mundo melhor, bem menos atribulado que o de agora, a viverem os povos em paz e concórdia. Por fim, nunca prometa o que não pode cumprir: mentindo à criança, além de ela nunca mais acreditar em suas palavras, você estará ensinando-a a tornar-se um adulto mentiroso; talvez um indivíduo desleal, corrupto, desumano como tantos que há por aí. 

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