Correio do Além-Túmulo ― Mensagem de Miguel Elias Barquete - I

Davilson Silva-

Querida mamãe Irene [1]:

Reunindo-a com o papai em meu carinho, sinto-me abençoado no coração de ambos, pela ternura com que me lembram.

Vou seguindo melhor, caminhando ao encontro de um novo Miguel, porque a liberação do corpo físico, devidamente aceita, é meio caminho andado para a nossa renovação.

Estou em companhia da Vovó Leopoldina [2] e do Paulo, [3] assistidos por outros amigos.

Agradeço tudo o que a sua dedicação aliada ao carinho do Papai e do Maurício, [4] fazem por mim.

Desejo solicitar ao seu coração querido não se preocupar, se outros por agora não me aceitem as palavras.

A incredulidade de muitos companheiros dá para rir, se o assunto não fosse tão sério.

Impossível que me perdesse na boa terra de Brodósqui [5] e me transformasse num punhado de cinzas.

Estou eu mesmo muito mais do que nos dias de camaradagem e estudo, em companhia das afeições queridas que Deus nos permitiu colecionar.

E farei forças para que, muito em breve, a companhia de todos os irmãos pelo coração se conscientize de que deixei a roupa estragada em ferragens e peças de um carro, para envergar outra vestimenta, em novas condições.

Imagine como são ilógicos os amigos que não puderam me aceitar; se pensassem que a Sabedoria da Vida concedeu à lagarta o poder de improvisar um novo corpo, a fim de até mesmo voar sobre a relva que lhe servia de residência, entenderiam decerto que estou vivo em outra forma.

Por isso, ainda que a nossa Bete [6] não queira aceitar as minhas notícias, espero que a nossa querida baixinha, pelo menos, conserve o benefício da dúvida correta. Muitas lembranças para aquelas amizades todas que prezamos tanto.

Ani, [7] Noêmia, [10] Dulce, [9] Glauce e Iara [8] estarão sempre em minha memória, e pelos cuidados da Ana Lúcia e da Lilian Denize, [11] enviando-lhes flores no dia das mães. Estou muito agradecido, mãezinha Irene, muito obrigado por tudo.

As mães podem desapreciar a morte e guardam da morte muitas queixas, mas nunca acreditam que ela tenha poder sobre a vida; e digo assim porque as mães sabem que os filhos lhes alcançaram os corações através de caminhos invisíveis de Deus e, por isso, não se resignam com a ilusão de um adeus impossível.

Agradeço ao querido irmão por todas as lembranças queridas, inclusive ao meu pai. Deus recompense a todos pelas alegrias que me proporcionaram. Agora, é preciso que a parte final me venha do pensamento para as mãos; entretanto, onde a coragem de falar em “até depois”?

Apesar disso, é necessário que permaneça ao seu lado de outro modo e, por isso, beijando-lhe os cabelos, quero dizer ao seu carinho que continuo sendo a sua criança, o seu menino sempre necessitado de suas atenções, sempre o filho cada vez mas reconhecido,

Miguel

Mensagem psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 14 de agosto de 1981, em reunião de Evangelho e psicografia no Grupo Espírita da Prece, Uberaba, Minas Gerais.
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Detalhes básicos a respeito do comunicante

- Data da morte, local, motivo e outras informações ― Desencarnou em 21 de junho de 1980, quando cursava o Terceiro Ano Colegial, no Colégio São Paulo da Cruz, e o Colégio Objetivo, na capital paulista, em virtude de um acidente de trânsito.

- Pai e mãe ― José Barqueti e Irene Iracema Barquete.

- Data de nascimento ― Dia 3 de outubro de 1962.

Local de nascimento ― São Paulo, Capital.

Local do sepultamento ― Brodósqui (SP).
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Parentes, amigos, etc., falecidos ou não, citados na mensagem

1 - Mãezinha Irene ― Irene Iracema Barquete.

2 - Vovó Leopoldina ― Maria Leopoldina, bisavó materna, falecida em São João da Boa Vista, em 1935, conhecida por ele no Plano Espiritual.

3---Paulo ― Paulo Francisco Ambrósio, colega de Miguel, falecido no mesmo acidente automobilístico.

4 - Maurício ― irmão de Miguel.

5 - Brodósqui ― cidade do interior paulista onde foi sepultado.

6 - Bete ― ex-namorada e vizinha.

7 - Ani ― colega e vizinha.

8 - Glauce e Iara ― colegas e vizinhas também.

9 - Dulce ― amiga da família e de Miguel desde sua infância.

10 - Noêmia ―  tia materna residente em São João da Boa Vista (SP).

11 - Ana Lúcia e Lilian Denize ―  irmãs e grandes amigas de Miguel, que deram todo o  apoio à mãe, d. Irene, residentes em São Paulo, Capital.

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• CÂNDIDO XAVIER, Francisco. Dádivas espirituais, espíritos diversos. 1. ed. Araras: Instituto de Difusão Espírita, 1994.

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Como se processava 

Chico Xavier, médium 
psicógrafo de segurança 
e precisão
Uma vez reconhecido o Espírito comunicante pelo modo de pensar, de escrever, pela caligrafia e assinatura, familiares, especialmente mãe e pai, confirmavam-lhe a autenticidade, inclusive confirmavam nomes de parentes falecidos, desde há muito tempo ou não, assim como nomes dos não-falecidos, isto é, os que o comunicante deixara no plano dos encarnados, todos referidos com absoluta exatidão. Intimidades domésticas, o conjunto mesmo de circunstâncias de que só os mais chegados têm conhecimento, como o desta mensagem, confirmavam-nas. Vale dizer que essas e outras particularidades eram completa e comprovadamente desconhecidas de Chico Xavier, cercado de centenas, de milhares de pessoas desconhecidas, vindas de diferentes lugares do país e até do exterior. Ele jamais exigia coisa alguma de quem quer que seja; sequer insinuava receber recompensa, obter algum tipo de reconhecimento, tampouco desejou fazer promoção de si próprio pela caridade espírita que prestava aos sofridos corações maternos. Uma pessoa amiga, o médico e biógrafo de suas obras, Elias Barbosa, falecido em 2011, por amor à causa da Doutrina dos Espíritos e a ele, Chico, é que saía em busca de confirmações do conteúdo das mensagens, daí vários livros sobre esse magnífico e amoroso trabalho. Vale dizer ainda que mensagens psicografadas pela mediunidade de Chico foram, durante treze anos, pesquisadas por um criminologista credenciado pelo Poder Judiciário, o professor Carlos Augusto Perandrea, de Curitiba, Paraná. Perandrea comprovou cientificamente, à luz da Grafologia, a autenticidade dos textos psicografados, recolhendo todo o material possível, escrito pelos falecidos, ou desencarnados, quando do tempo em que estavam neste mundo, o que motivou o cientista forense a escrever o livro: A Psicografia à Luz da Grafologia.

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Palavras de Emmanuel


“Frequentemente atribuis ao corpo as atitudes menos felizes que te induzem à queda moral e, por vezes, diligencias enfraquecê-lo ou flagelá-lo, a pretexto de evitar tentações. Isso, porém, seria mesmo que espancar o automóvel porque o motorista dementado se dispusesse a utilizá-lo num crime, culpando-se a máquina pelos desvios do condutor.” (Livro da Esperança, tema 10.) 


“Não profiras qualquer palavra de que te possas arrepender [...] Esquecido, usa a paciência e ajuda sem exigir. Insultado, recorre à paciência e esquece o mal. Em todas as dores, arrima-te à paciência. Em todo embaraço, espera com paciência.” (Palavras de Vida Eterna, tema 67.) 

1 comment :

  1. è Sr Davilson,que carta linda muito convincente obrigada por compartilhar coisas tão importante.

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