Considerações sobre a moral

Davilson Silva-

“A história da Filosofia é uma constante busca de uma concepção otimista do mundo. E, nesse capítulo, a Moral é relevante.” (Joanna de Ângelis, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco.)


Qual a definição de Moral? Várias. Assunto complexo, isto é, passível de observação sob diversos aspectos. O dicionário diz tratar-se de um conjunto de regras de conduta tidas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. Devemos aqui delimitá-la às questões essenciais, referentes à disciplina, ao instinto e recursos da inteligência da Alma, ou Espírito enquanto encarnado na configuração humana.

Importa-nos, neste caso, definir moral como regra de bom procedimento, na distinção entre o bem e o mal. Esta moral de que falamos funda-se na observância da lei de Deus. Cumpre essa lei todo aquele que tudo faz pelo bem de todos (questão 629 de O Livro dos Espíritos, LE). O bem é tudo que é conforme à lei divina; o mal tudo o que lhe é contrário; faz o mal quem a infringe (q. 630, LE). 

A Moral sempre esteve presente, atuante a fim de manter a disciplina e o equilíbrio específico e coletivo. Objeto de pensadores e governantes em favor da salvaguarda de regras obtidas ao longo de toda a história humana, déspotas, suas odientas políticas e normas tirânicas ardilosamente urdidas, dela se aproveitaram, submetendo-a às suas ambições e caprichos. A criatura, à medida que se moraliza, cumpre por si própria a lei divina, ao alcance de qualquer um, desde que por ela se interesse.

Todos podem distinguir

Todo ser humano possui meios para distinguir as coisas positivas das negativas, começando de si mesmo, ao “separar o joio do trigo” íntimos. Deus lhe deu inteligência, discernimento. A faculdade de discernimento, adquirida por efeito da lei natural, traça para o homem o limite das suas necessidades; mas, se ele excede esse limite, sofre, daí sentir-se punido e, muitas vezes, revoltado.

Se a pessoa acredita na existência divina, mais motivo tem para pensar, falar e agir segundo a lei de Deus. Muitos, crentes e descrentes, questionam por que Deus não criou uma humanidade melhor. Ora, se todos os homens fossem perfeitos, não teriam mérito algum para fruir dos benefícios dessa perfeição! Mérito sem esforço? Sem empenho, principalmente, sem nenhuma deliberação positiva? (Q. 119, LE)

Não há quem não seja incapaz de fazer o bem. Deus permitiu aos homens estarem em relação uns com os outros para que se compenetrem do bem e o levem a efeito. Aliás, fazer o bem, pensando que faz caridade cristã, não é só o ato de dar esmola a mendigos, doar cestas básicas, enxovais de recém-nascidos, cadeiras de roda, isto ou aquilo aos necessitados; é, sobretudo, ser abnegadamente útil, sempre que o auxílio se faça necessário. Já indivíduos frios, calculistas dizem que não vale à pena ser generoso, preferindo preocupar-se apenas consigo; podem até prestar um serviço gratuito, doar alguma coisa, mas apenas para disfarçar a insensibilidade moral, o egoísmo.

Concluindo

Aquele que procura ser útil de um modo abnegado é o genuinamente caridoso — faz o bem com profundo respeito, fraternidade, desinteresse, renúncia e desprendimento. Este é também aquele que, antes de tudo, leva sempre em conta o direito de outrem, vê primeiro as próprias falhas morais, esforçando-se por corrigi-las, por isso não julga, condena ninguém por seus defeitos porque também os possui. E assim, por tabela, ele se retifica retificando o próximo através do bons exemplos que dá. Portanto, caro leitor ou cara leitora, não acredite em moralistas que não confirmem moralidade nas ações de si mesmos.

A Filosofia sempre buscou dar sentido otimista à existência, de Hermes a Lao-Tsé, de Confúcio a Zoroastro, de Maomé, Sócrates, Platão, Aristóteles e Moisés a Jesus, o Mestre dos Mestres. Jesus deu novo caráter à Moral, no panorama do pensamento humano da sociedade do Seu tempo, o que repercute até os dias de hoje. Referindo-Se ao que chamou de “reino de Deus”, no íntimo do ser, o Mestre comprovou esplêndida e exemplarmente, nos atos comuns da Sua profícua existência no mundo, a antiga ideia do “faça ao próximo o que deseja que ele lhe faça”.
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2 comments :

  1. Sr.Davilson muito obrigado por compartilhar este lindo poema e magnifico quadro. Sr é muito iluminado que Deus abençõe todos seus dias.

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  2. Ô querida Shirley! Eu é que fico agradecido além de contente por suas palavras. Todos nós somos iluminados por Deus porque somos d'Ele e para Ele caminhamos.

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