Para estudo e meditação - II

Davilson Silva-

Espíritos, em verdade, não passam de seres humanos sem corpo físico, com suas virtudes e desvirtudes. 

Perguntou mestre Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, questão 77, às Vozes do Infinito:

— Os Espíritos são seres distintos da Divindade, ou não seriam mais do que emanações ou porções da Divindade, por essa razão chamados filhos de Deus?

Respondeu a Comunidade dos Sublimes Instrutores:

Meus Deus! São sua obra, precisamente como acontece com um homem que faz uma máquina; esta é obra do homem e não dele mesmo. Sabes o homem, quando faz uma coisa bela e útil, chama-a sua filha, sua criação. Pois bem; dá-se o mesmo com Deus; nós somos seus filhos, porque somos sua obra. 

Aqui temos outra belíssima dedução que dá força a que anteriormente já vimos, só que colhida da admirável inteligência desse valoroso Espírito, mestre Kardec, o excelso codificador do Espiritismo, no capítulo 11, item 8, quinto livro das obras da codificação kardequiana:

Ao mesmo tempo em que Deus criou os mundos, desde toda a eternidade, igualmente criou seres espirituais desde toda a eternidade: sem isso, os mundos materiais teriam sido sem objetivo. Seria mais fácil conceber-se os seres espirituais sem os mundos materiais, que estes sem os seres espirituais. São os mundos materiais que teriam que fornecer, aos seres espirituais, elementos de atividade para o desenvolvimento de suas inteligências. (A Gênese, capítulo 11, item 8, A. Kardec, tradução José Herculano Pires).

Deus não cria coisas inúteis

Antes de tudo, vale dizer que o termo “espírito”, tanto aqui como em todas as nossas seguintes considerações, será grafado em maiúscula e minúscula para designar ser extracorpóreo, e não mais elemento inteligente universal, de conformidade com a nota da pergunta 76, em O Livro dos Espíritos.


E já que tocamos na mencionada nota, Espíritos, consoante Instrutores da Espiritualidade, são consciências inteligentes da Criação, habitantes do Universo os quais povoam os incontáveis e diferentes mundos disseminados no infinito. Engana-se quem se refere a Espíritos como sendo algo repulsivo, quais “seres diabólicos”, figuras “sobrenaturais”, “fantasmagóricas”, sombras assustadoras. Estão também redondamente iludidos os propagadores da absurda ideia segunda a qual eles não passariam de produto da imaginação de indivíduos simplórios; quem assim pensa, terá muitas surpresas além-túmulo.

Espíritos, em verdade, não passam de seres humanos sem corpo físico, com suas virtudes e desvirtudes. Eles foram, são hoje e serão sempre consciências despidas ou não de um corpo perecível o que tantos têm demasiadamente estimado e dele se aproveitado por amor a satisfações materiais. Ora! Não se deixe enganar! Você, com certeza, é um Espírito encarnado como eu, como qualquer um deste planeta.

O amigo ou a amiga possui um corpo denso para que todos possam vê-lo(a), para que possa se manifestar, exprimir ideias, conviver e, sobretudo, assumir as boas normas da convivência fraterna. Como muito bem ilustrou mestre Kardec, ao mesmo tempo em que, desde a eternidade, Deus criou mundos materiais, Ele tem criado, de toda a eternidade nós, seres espirituais, erradamente não atribuídos à natureza.

Ora! Por que eternamente Deus daria existência a mundos materiais desocupados, estéreis? Por mero passatempo? Por capricho de um súbito e impulsivo desejo? Não! O Deus que a Doutrina Espírita apresenta é a “suprema inteligência, causa primeira de todas as coisas”, Aquele que em hipótese alguma criou ou criaria coisas sem motivo, sem um fim útil.

Existem Espíritos e é lógico que constam do rol da Natureza — somos criaturas divinas. Deus nos criou simples e ignorantes, isto é, sem conhecimento de causa e efeito das consequências relativas à nossa conduta moral, dando a todos oportunidade de esclarecimento e aprimoramento íntimo através do próprio esforço, no trabalho incessante do Bem, em aprendizado no sucedimento das experiências reencarnatórias.

Espíritos, pessoas que um dia transitaram no mundo, não são seres repugnantes, criaturas diabolicamente dedicadas ao mal, tampouco figuras sobrenaturais. Somos todos naturais! Neste passo, e sob aquele ponto de vista, poderíamos também generalizar dizendo: toda a humanidade visível é má, quando não é bem assim, o que seria tremenda blasfêmia a Deus, uma grande injustiça.

Por outro lado, e se eu disser que existem Espíritos repugnantes, diabólicos, assustadores? Existem! São os que, depois da morte, continuam intolerantes, revoltosos, arrogantes, atrelados a vícios, à vingança, ao crime, são especialmente aqueles que adularam a Cristo, ostentando-Lhe o santo nome, mas sem desejar corrigir-se só pensando em si, nos prazeres materiais, ambicionando riqueza, poder, glória e tudo o que o amor-próprio valoriza. 

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2 comments :

  1. Oi Davilson, que bom poder receber, mensagens
    tão boas, fico feliz, por você poder repartir conosco os seus conhecimentos.Assim que estiver recuperada estarei com vocês novamente.Abraços saudosos.

    Sônia Rosa Alexandre.

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  2. Agradecido, Soninha, por suas palavras de carinho que, como sempre, sobremaneira me incentivam, e estamos rogando ao nosso querido Jesus pelo restabelecimento da sua saúde, o dia da sua volta ao nosso meio, além da paz e harmonia em seu lar junto aos seus que também amamos.

    Um grande abraço fraterno.

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