Nosso Lar vence enquete, mas não é indicado

Davilson Silva-

“Baseado no relato do Espírito André Luiz, ditado a Chico Xavier, Nosso Lar veio para arrebentar”, assim escreveu Luiz Carlos Merten do jornal Estadão.

A Colônia Nosso Lar no Plano
Espiritual, do filme Nosso Lar
Era 3 de setembro de 2010, sexta-feira... Em cartaz, Nosso Lar. Olhos fixos nas imagens, a sala de exibições, embora repleta, desde crianças de colo até idosos, mais parecia um recinto vazio. O público, paralisara em suas confortáveis poltronas quando tudo começou, silêncio total, não mais ruídos característicos de pipocas ansiosamente trituradas com os dentes nem sorvos de refrigerantes em copos ou em latinhas sugados por canudo, nenhum burburinho...

Segundo reportagem de O Estadão dessa mesma data, o longa-metragem do competente roteirista e diretor Wagner de Assis bateu o recorde de lançamento do cinema nacional. Superando Os Normais, o longa ultrapassou as expectativas. “Baseado no relato do Espírito André Luiz, ditado a Chico Xavier, Nosso Lar veio para arrebentar”, assim escreveu Luiz Carlos Merten, autor da reportagem. Em três dias, aproximadamente 580 mil pessoas já tinham comparecido às salas de cinema, e o filme manteve-se no topo do ranking dos filmes mais vistos do último final de semana daquele período.

Que cenários! Que montagem! As sequências de takes exprimiam gradual dinâmica de sons e imagens de níveis intensos e muito bem dosados. E os temas incidentais do generoso maestro Philip Glass? Por meio de nuanças, a variar do fortíssimo ao pianíssimo, quer em movimento mais ou menos lento, quer em oposição brusca, a sua trilha harmonizou-se com os planos, ângulos e luzes da excelente fotografia de cena de Ueli Steiger (A.S.C.), sem falar do show de bom gosto da diretora de arte, Lia Renha. O filme nada deve às estardalhantes produções hollywoodianas. Enfim, trabalho de heróis mesmo, levando-se em conta a dificuldade de se fazer cinema no Brasil.

Atuação impecável

O ator Renato Prieto em sua impressionante atuação 
no papel  do Espírito André Luiz, que relatou sua 
experiência pós morteFrancisco Cândido Xavier, 
o qual psicografou o livro Nosso Lar no ano de 1944.
Sim, é claro, sou fã desse grande e dedicado ator, Renato Prieto! Diria mais: a atuação dele, impecável, deve ter alegrado, penso eu, a sublime Entidade da formosa Colônia. Que belo desempenho o do ator Fernando Alves Pinto, no papel do amoroso Lísias! Congratulo-me, enfim, com todos, sobretudo com aqueles que acreditaram e investiram no filme. Nosso Lar! Obra cinematográfica que, a propósito, esteve entre 23 títulos para concorrer o Oscar 2011, em Hollywood, Estados Unidos.

Desde 8 de setembro perguntou-se na enquete do site do Ministério da Cultura: “Qual filme brasileiro você gostaria de ver concorrendo ao Oscar 2011?” Setenta por cento escolhera Nosso Lar, numa soma de 88.894 votos. Chico Xavier ficou em segundo lugar com 12,0%, 14.881 votos. A pesquisa findou no dia 20 de setembro e, em seguida, encaminharam-na à Comissão de Seleção oficial, composta por representantes do Governo, sociedade civil organizada e alguns especialistas no setor. Em que pese o filme mais votado, ignoraram a escolha do povo brasileiro, decidindo-se pelo longa-metragem: Lula, o Filho do Brasil, 6.o lugar da enquete com apenas 1.646 votos, equivalentes a 1,0%.

Que filmes como o de Bezerra de Menezes, de Chico Xavier e o relato de André Luiz sejam os primeiros de uma longa lista. O mais importante de tudo é que tais sementes continuem sendo lançadas, nada tendo a ver com proselitismo, para que as criaturas se fixem na ideia de se reformar intimamente em prol da concórdia no mundo e da sua própria ascensão aos planos superiores da espiritualidade.

Não é conversa fiada

E para você que pensa que tudo não passa de conversa de espírita, está muitíssimo enganado. Trata-se essa obra de André Luiz de dramática e contundente descrição do que qualquer um de nós pode esperar após esta existência; é pura realidade, meu amigo ou minha amiga, não se iluda; “realidade nua e crua”, como dizem.

É preciso que despertemos para o respeito a Deus refletido no amor ao próximo e no trabalho do bem incessante como esplendidamente o fez Chico Xavier. Busquemos nos espiritualizar, isto sim, não importando se seguimos esta ou aquela religião, ou aquela seita. Um dia, desaparecerão da face da Terra essas fitas absurdas, tipo “violência se paga com violência”, e toda forma de sujeira mental rotulada de arte que dissemine terror e excessos manifestados em cenas brutais, induzindo nossas crianças, nossos jovens aos vícios, ao mal.

Agora, se você não admite tudo o que aqui foi exposto e dado como certo, é claro!, é um direito seu... Não quer acreditar? Ora! Que não acredite. Eu acredito!!! Não só acredito como tenho certeza das consequências morais que aguardam qualquer um depois da morte física, seja você crente ou descrente.

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