Para estudo e meditação - I

Davilson Silva-

Com base em nosso Sistema Solar e demais sistemas disseminados infinito afora através de bilhões e bilhões de universos-ilhas, o homem visou aprofundar-se na tentativa de descobrir origem e propriedades desses incontáveis sistemas estelares.

Perguntou mestre Allan Kardec aos Emissários Divinos sobre o conhecimento do princípio das coisas:

É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?

— Não, Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo, responderam eles.

— Penetrará o homem, um dia, o mistério das coisas que lhe estão ocultas?, insistiu Kardec.

— O véu se levanta a seus olhos, à medida que ele se depura; mas, para compreender certas coisas, são-lhe precisas faculdades que ainda não possui, redarguiram os Luminares Eternos.

— Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos segredos da Natureza?, prosseguiu o mestre lionês.

— A Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu, categoricamente responderam os Excelsos Instrutores. (O Livro dos Espíritos, questões 17, 18 e 19.)

Conhecimento das coisas



Comentou mestre Kardec, “o bom senso encarnado”, segundo respeitável astrônomo de sua época, Camille Flammarion, que desde a vez em que o homem pensou em penetrar os “mistérios divinos”, por orgulho ou por fraqueza, a sua inteligência vem tornando-o joguete da ilusão.


Em vez de ele se curvar ante o poder e sabedoria do Criador, a fim de melhor dar-se conta do que visa, tem acumulado sistemas e mais sistemas, até esdrúxulos, e as afirmativas caem por terra. Quantos equívocos através da sucessão dos séculos! Quantas surpresas, e que malogro os princípios admitidos como certos, ao repelir verdades legítimas!

Tudoaponta para uma Suprema Inteligência!


A propósito em  A Gênese, capítulo 6.o, itens 14 e 15, vejamos então este lindo texto do insigne Codificador do Espiritismo:


(...) O Universo, nascido do eterno, remonta aos períodos inimagináveis do infinito de duração, ao Fiat luz, do início! O começo absoluto das coisas remonta, pois, a Deus. As sucessivas aparições delas no domínio da existência constituem a ordem da criação perpétua.

Que mortal poderia dizer das magnificências desconhecidas e soberbamente veladas sob a noite das idades que se desdobraram nesses tempos antigos, em que nenhuma das maravilhas do Universo atual existia; nessa época primitiva em que, tendo-se feito ouvir a voz do Senhor, os materiais que no futuro haviam de agregar-se por si mesmos e simetricamente, para formar o templo da Natureza, se encontraram de súbito no seio dos vácuos infinitos; quanto a esta voz misteriosa, que cada criatura venera e acarinha como se fosse a de uma mãe, notas harmoniosamente variadas se produziram para irem vibrar juntas e modular o concerto dos vastos céus!


E dizemos nós: utopias fabulosas, princípios quiméricos, alguns até infantis lançados como sendo representações seguras e incontestes, nunca faltaram. Com base em nosso Sistema Solar e demais sistemas disseminados infinito afora através de bilhões e bilhões de universos-ilhas, o homem visou aprofundar-se na tentativa de descobrir origem e propriedades desses incontáveis sistemas estelares.

Mero acidente?

Aparentemente separados no espaço cósmico, com bilhões de estrelas, poeiras e gases mantidos agrupados pela gravidade, acreditava-se serem os planetas efeitos de fortuitas e recíprocas colisões. Mas, veja, tal afirmativa mudou. Com o perpassar dos anos, chegou-se a esta: o nosso Sol e demais astros não resultam de choques violentos, profundos, e sim da “contração gravitacional”.

O fato é que os sábios, aqueles que veem as coisas só por um determinado ângulo, o da matéria, cada vez mais seus cálculos e caprichosos argumentos continuarão a lhes render desenganos. A ideia segundo a qual o Universo irá se extinguir e dele apenas restar um desmedido buraco negro e outros conceitos mirabolantes, é uma delas. Cientistas devem sim estudar aprofundadamente a constituição do Universo. Mas, ainda que miniaturando-o com base na estrutura de um átomo, vão ter de admitir esta realidade: Deus!, se não quiserem sofrer “outras tantas decepções para o seu orgulho”, as de que mencionou mestre Kardec em seu comentário na pergunta 19 de O Livro dos Espíritos.

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